terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Aprenda com as borboletas


Como ser humano que é, você provavelmente já passou por desafios na sua vida. Às vezes, temos a sensação de que algo é tão difícil, que seria completamente impossível de superar. Se isso nunca lhe aconteceu, acredite, está por vir.
Os desafios são parte da formação do ser humano. É o que nos faz mais fortes, mais sensíveis, mais perceptivos e até mesmo mais sábios. Contudo, para alcançar esse estágio de aptidão é preciso ser perseverante.
Muitos já devem ter lido o conto sobre como um homem, pensando em ajudar uma frágil borboleta que tentava sair do casulo, cortou o resto do casulo para ajudar, e acabou por encurtar a vida da pobre criatura, a qual, sem resistência nenhuma, não teve forças o suficiente nas asas para voar, ganhar a tão preciosa liberdade, e morreu.
Pense no quanto essas criaturas tão pequenas, singelas e belas nos ensinam. Nascem como lagartas, sem todas as suas cores e traços delicados, apenas pequenos seres rastejantes, vivendo presos à terra. Não há beleza estonteante, não há grande liberdade, os passos são dados lentamente. Mas é nessa fase que ela adquire grande parte de sua experiência, nessa vida acomodada, dando passos pequenos e cautelosos, é que ela acumula coragem e segurança o suficiente para dar o grande passo: a metamorfose.
E então começa uma espécie de claustro. A pequena lagarta se tranca no casulo. Ela se tranca em si mesma. Suporta mais de um mês, guardada sozinha num local onde só há lugar para ela. E alí ela aguarda pacientemente pelas grandes mudanças pelas quais passará. Vai conhecendo aos poucos sua nova forma, preparando-se para o futuro que terá com ela.
Depois de todo o tempo de mudança é chegada a hora de conviver com ela. A parte mais dolorosa: reunir forças para sair do casulo. Mas esse é o momento crucial, onde toda a dor, todo o sofrimento é a forma de conseguir conquistar toda a força e habilidade necessária para alçar vôo.
No entanto, quando o sofrimento acaba, quando as forças finalmente são suficientes, o pequeno ser que se formou no tempo de isolamento, expande suas asas de um colorido abençoado e voa. O poder de voar traz consigo a nova fase na vida dessa pequena criatura, a comodidade se esvai e ela ganha uma nova dádiva: a liberdade. É a hora de aplicar todo o conhecimento que foi adquirido na fase anterior.
Há muitos momentos em nossas vidas em que precisamos seguir essa vida de borboleta. Manter a cautela é algo importante, nos torna mais observadores diante das lições da vida. Acomodar-se, porém, durante toda a vida é uma atitude ineficaz. É preciso ter a coragem de dar o primeiro passo rumo à mudança. Trancar-se, de vez em quando, em um casulo, para repensar suas atitudes e sua visão de mundo traz grandes benefícios. Muitas pessoas confundem mudanças de atitudes com falta de personalidade, mas qual é o mal de mudar quando essa metamorfose nos torna melhor. É importante que aconteçam transformações, as quais nos ajudarão a fazer de nós mesmos e todos os que amamos, seres mais felizes.
O sofrimento é uma parte importante. Assim como ocorre com a jovem borboleta, o sofrimento vem para nos obrigar a reunir forças para vencer um desafio. Depois de enfrentar tudo isso, é o momento de alçar vôo e conquistar nossa própria liberdade.

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